Portugal recuperou a sua Independência a 1 de dezembro de 1640, mas teve de encetar, a seguir, 28 anos de guerra com os espanhóis.
A Batalha das Linhas de Elvas foi um dos mais importantes confrontos ocorridos durante esta época, conhecida na História por Guerra da Restauração.
O exército espanhol, comandado por D. Luís de Haro, encontrava-se acampado na fronteira de Caia, preparando o cerco a Elvas. Tinha ao seu dispor 14 000 homens de infantaria e 5 000 de cavalaria apoiados por 19 canhões e 3 morteiros de artilharia de 155 mm.
Do alto da praça de Elvas, as forças portuguesas observaram todas as movimentações dos espanhóis e prepararam-se para a defesa da cidade.
D. Luís de Haro entrincheirou as suas forças à volta de Elvas e, a partir de duas colinas próximas, começou a bombardear a cidade, causando inúmeras baixas. O comandante do exército espanhol esperava que a força da artilharia e a impossibilidade dos sitiados receberem alimentos do exterior, haveria de conduzir à sua capitulação.
D. Luísa de Gusmão, esposa de D. João IV, decide chamar D. António Luís de Meneses, conde de Cantanhede, para chefiar as forças portuguesas disponíveis no Alentejo e, com elas, enfrentar o exército espanhol.
Com guarnições oriundas de Juromenha, Borba, Vila Viçosa, Campo Maior, Arronches, Monforte e outras regiões fora do Alentejo, o conde de Cantanhede conseguiu formar, em Estremoz, um exército constituído por 8 000 infantes e 2 900 cavaleiros apoiado por sete canhões.
Com estas forças, dirigiu-se a Elvas e, a 14 de janeiro de 1659, por volta das oito e quinze da manhã, as forças portuguesas atacaram o exército sitiante num local conhecido por Murtais.
Inicialmente, a vitória esteve indecisa para ambos os lados, mas, em breve, perante a bravura dos portugueses, os espanhóis começaram a ceder, abandonando as suas posições.
D. Luís de Haro estava convicto de que os portugueses nunca conseguiriam formar um exército com o poderio necessário para acudir aos sitiados de Évora, pelo que espalhou os seus homens por vários quilómetros à volta da cidade. Esta dispersão foi-lhe fatal. Quando a globalidade do exército português atacou, com valentia, as suas posições na zona de Murtais, só pode contar com os militares presentes naquele local para se defender e contra-atacar, não tendo tempo de reunir os restantes elementos que, pouco a pouco, foram sendo dizimados, até à vitória final.
André de Albuquerque Ribafria, um dos melhores generais da cavalaria portuguesa durante a Guerra da Restauração, faleceu nesta batalha, quando, à frente dos seus homens, investia, com bravura, sobre as posições ocupadas pelos espanhóis. Era natural de Sintra, tendo sido o 4.º alcaide-mor do castelo daquela localidade, senhor da Torre de Ribafria e Mestre-de-Campo-General da Província do Alentejo..
O Tratado de Lisboa, assinado a 13 de fevereiro de 1668 entre Afonso VI de Portugal e Carlos II de Espanha, viria a pôr fim à Guerra da Restauração.
Oleme