Em 1709, o Padre Bartolomeu de Gusmão (1685-1724), nascido em Santos, no Brasil, viaja para Lisboa, onde pede uma “petição de privilégio” para um “instrumento para se andar pelo ar”. Esta petição, que nos nossos dias designamos como um “pedido de patente”, referia-se a uma estrutura que, no seu conjunto, era mais leve que o ar, permitindo, de acordo com o princípio de Arquimedes, subir verticalmente ou navegar a uma altura constante do solo, aquilo que hoje designamos como balão ou aeróstato. Esta petição é-lhe concedida a 19 de abril.
Em agosto desse ano, Bartolomeu de Gusmão faz, perante a corte portuguesa, cinco experiências com balões de pequenas dimensões por ele construídos:
Dia 3 - Primeira experiência, realizada na Casa do Forte (Palácio Real): o aeróstato incendeia-se antes de subir;
Dia 5 - Segunda experiência, realizada na Casa Real (Palácio Real): o balão, tendo no fundo uma tijela com álcool em combustão, incendeia-se a 4 metros de altura;
Dia 6 - Terceira experiência, realizada na Casa do Forte (Palácio Real): o aeróstato, contendo no seu interior uma vela acesa, realiza um curto voo mas queima-se ao poisar;
Dia 7 – Quarta experiência, realizada no Terreiro do Paço: o balão eleva-se a grande altitude, poisando, minutos depois, com toda a suavidade;
Dia 8 – Quinta experiência, realizada na Sala de Audiências (Palácio Real): o aeróstato sobe até ao teto, onde permanece alguns minutos, descendo, de seguida, suavemente.
A notícia deste invento rapidamente se espalha pela Europa, passando a ser retratado em gravuras fantasiosas como uma barca em forma de pássaro. É destes desenhos que advém o nome pelo qual ficará conhecido: Passarola.
Oleme
