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01 agosto 2011

HISTORIA DO FADO EM SEIS EPISODIOS


PRIMEIRO

A SEVERA e o 13º CONDE DO VIMIOSO
Cerdidão de casamento dos pais de Maria Severa
Aos vinte e sete dias do Mes de Abril de mil e oitto Centos e quinze annos, nesta Parochial Igreja de Santa Cruz da Prideira desta nilla de Sanbtarém, Corridos os Banhos em cumprimento alguns e observando em tudo o que determina o Sagrado Concílio, Terendentino, e Constituissonis deste Patriarchado,de na minha pezença e das Testemuinhas abaxo declaradas e asignadas, Receberão por Marido, Mulher Severo Manoel e Anna Gertrudes, elle filho de Pais incognitos, Baptizado na Freguezia de S. Nicolao desta villa, e morador na Freguezia de Nossa Senhora de Marvilla desta villa o que tudo mostrou pella Ceridão do Banho da sua naturalidade e Certidão dos dezoutrigos; ella filha Legitima de Alberto Joze Lobo, e de Quitéria Maria natural da Freguezia de S. Francisco da Ponte de Soure Bispado de Porto Alegre o que tudo justificou no Juizo Eclesiastico dests mesma Villa sendo Viugário Geral o Reverendo Domindos Ferreira do Salvador, o qual mandado me foi apresentado por Ordem do ditto para que eu Recebesse por Marido, e Molher os Contraentes asima dittos, a Contrahante se tem dezcrerignado as Quaresmas do Estilo nesta Freguezia de Santa Cruz aonde he morador; foro Testemuinhas prezenteque Comigo asignarão João Godinho, Manoel Martins o qual asignou com o sinal da Cruz e que confirma para constar faz este termo assente era ut supra.
João Godinho
Manoel Martins
Cuadjutor Francisco Boiz Affonso
Foi na taberna da Rosário dos óculos ( rua do Capelão ), que a nossa cantadeira conheceu o conde de Vimioso. Mas Severa não tinha poiso certo. Cantava o fado na tasca do Cegueta, no Café da Bola, mas, dizem as más línguas, que o seu sítio preferido para cantar o FADO era o café do Joaquim Silva (moço de forcados), próximo da praça de touros do Campo de Santana, onde o Conde se juntava com amigos e amantes da arte de tourear.
O 13º Conde de Vimioso era um hábil cavaleiro e distinto na arte de lidar com os toiros. Foi durante muitos anos aplaudido na antiga Praça de toiros do Campo de Santana.
Tudo leva a crer que Maria Severa tinha vivido os três últimos anos da sua vida, na companhia do Conde. Por ele morreu de amor. Foi a enterrar em vala comum, como consta na sua certidão de óbito do cemitério do Alto de S. João, no livro Nº 3, folha 117. Morreu tuberculosa, sem ter recebido a paga de tantas lágrimas derramadas, talvez porque o seu destino assim o quis.
Chorai, fadistas chorai
Que a Severa se finou
O gosto que o FADO tinha
Tudo com ela acabou

Apesar de Júlio Dantes, no seu romance " A SEVERA " ,ter trocado o nome do seu grande amor, por pressão do Presidente do Concelho Hintze Ribeiro e da família do Conde de Vimioso, o nesmo romancista escreveu uma peça para teatro, representada pela primeira vez no actual S. Luis ( na época Teatro D. Amélia ). A troca escolhida pelo romancista, onde o grande amor de Maria Severa - 13º Conde de Vimioso D. Francisco de Paula Portugal e Casro (1817-1865 ), foi substituido pelo Conde de Marialva era ( que me perdoe o Sr. Doutor De-antes ) bastaste ridícula. O último Conde de Marialva, D. Pedro José Vito de Menezes Coutinho, tinha " em bom calão - batido a bota ", em Paris no ano de 1823, tinha a Severa 3 anos de idade. No entanto, não consegui documentar-me, da existência de " pedófilos " na época.