A 16 de março de 1825, nasce, em Lisboa, Camilo Castelo Branco, autor de uma vasta obra de literatura «confessional».
Entre as inúmeras novelas que escreveu, sobressaem Amor de Perdição (1862) [eBook] e Eusébio Macário (1879).
Camilo era filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco, proveniente de uma família aristocrata e de Jacinta Rosa do Espírito Santo Ferreira.
É registado como filho de «mãe incógnita», em virtude do seu pai nunca ter assumido a relação através do casamento, tendo-o simplesmente «perfilhado».
Enquanto criança, a sua educação fica a cargo de dois padres de província que nem sempre o acompanham convenientemente na evolução dos seus estudos.
Na adolescência, lê os clássicos portugueses e latinos e temas literaterários eclesiásticos, mantendo-se sempre em contacto com a natureza transmontana.
Aos 16 anos de idade, casa-se com Joaquina Pereira de França, uma filha de lavradores transmontanos. Este casamento não duraria muito tempo, não só pela sua precocidade como igualmente pelo seu espírito irrequieto que o leva a apaixonar-se com muita facilidade. Patrícia Emília do Carmo de Barros foi uma das outras mulheres com quem viveu, tendo-a abandonado passado algum tempo.
Propenso a levar uma vida boémia, envolve-se constantemente em desavenças pelas quais é agredido com frequência.
Tenta cursar Medicina na cidade do Porto mas não conclui a sua formatura.
Apaixona-se perdidamente (usando um termo muito caro a Camilo) por Ana Augusta Vieira Plácido. Quando esta se casa, em 1850, fica tão desgostoso que ingressa num seminário que acaba por abandonar em 1852.
Camilo seduz Ana Plácido, rapta-a e vive com ela até ser apanhado pelas autoridades.
São ambos conduzidos à Cadeia da Relação, no Porto, onde Camilo faz amizade com o salteador Zé do Telhado, o célebre ladrão que roubava os ricos para distribuir pelos pobres.
O eco deste seu caso amoroso espalha-se rapidamente pela opinião pública que o vê como se de um romance romântico se tratasse.
Absolvido do crime de adultério, Camilo passa a viver com Ana Plácido e, mais tarde, quando o marido desta morre, vão ambos morar para a confortável casa do falecido.
A esta emocionante e atribulada vida foi buscar os temas para muitas das suas novelas «confessionais», tendo sido o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente do rendimento dos seus textos literários.
Com muitos problemas de saúde, incluindo uma eminente perda da visão, Camilo suicida-se a 1 de junho de 1890, disparando um tiro na têmpora.
Assim termina a vida deste escritor, toda ela semelhante a muitas das suas novelas ficcionais.
O Leme