A 7 de novembro de 1933, estreia, no cinema São Luiz, o filme português “A Canção de Lisboa”.
Os jornais da época deram, no dia seguinte, o maior destaque a este acontecimento.
O Diário de Lisboa, por exemplo, escolheu o seguinte título para a sua reportagem:
«A estreia da “Canção de Lisboa” constituiu um espetáculo memorável de elegância, de beleza e de entusiasmo».
O articulista, depois de descrever o ambiente na rua à volta do cinema São Luiz «inundado violentamente de luz», compara aquela sala de espetáculos a um «palácio fantástico».
A multidão comprime-se e vê passar para o interior da sala «fardas de gala, mulheres de beleza ignorada, ombros nus, casacas elegantíssimas, o mundo frívolo, aristocrático e intelectual de Lisboa».
Mais adiante, ao descrever o ambiente no interior da sala, retrata os atentos espetadores iniciando-se «na grande revelação do cinema português», olhando para o ecrã onde «Há sol [...] muito sol mesmo».
«Estrugem na sala as primeiras gargalhadas que pegam como fogo e incendeiam o público, que delira com a Beatriz, o Vasco, o António Silva».
«E tudo aquilo é português, até a nossa língua, tão rápida, tão harmoniosa, tão cristalina».
Oleme