Descendente de irlandeses, foi um dos fundadores do movimento surrealista português.
O'Neil, Poeta
GATO é um dos seus poemas mais conhecidos:
Que fazes por aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pelo, frio no olhar!
De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?
O'Neil, Publicitário
Como, infelizmente, poucos poetas conseguem sobreviver apenas através da escrita, Alexandre O'Neill colocou a sua expressividade poética ao serviço da publicidade.
Oleme